terça-feira, 8 de abril de 2014

Cheia no Rio Madeira leva Acre a decretar calamidade pública


Percurso entre RO e AC que leva oito horas tem sido feito em até 38 horas.
Estradas estão bloqueadas e veículos atravessam o rio em balsas.

O governo do Acre decretou calamidade pública por causa da enchente no Rio Madeira. A equipe do Jornal Hoje viajou de Porto Velho, em Rondônia, a Rio Branco, no Acre, e gastou mais de 38 horas para percorrer um trajeto que normalmente leva oito horas.

A equipe saiu às 8hs de Porto Velho. O único caminho por terra é pela BR-364, mas 30 quilômetros da estrada estão debaixo d’água e há duas semanas o tráfego foi bloqueado em dois pontos. O primeiro fica na entrada do distrito de Jacy Paraná, a 80 quilômetros de Porto Velho. Para seguir viagem, só atravessando o rio de balsa.

Para fazer a travessia de balsa, uma grande fila de veículos se forma. Alguns caminhoneiros estão no local, esperando para continuar a viagem, há 15, 20 dias. A equipe do Jornal Hoje conseguiu embarcar depois de quatro horas de espera na balsa.

Depois da travessia, a equipe andou alguns quilômetros pelo asfalto e pegou carona com o caminhoneiro Jessel Teodoro da Silva, que está em sua terceira viagem de São Paulo para o Acre. “Parou a chuva. mas a água está subindo cada vez mais. Até parece que a gente está dentro de um rio com o caminhão”, relata o caminhoneiro.

Depois do percurso por terra, outra parada para atravessar o rio de balsa. Nesse local, a situação é mais complicada e a balsa faz duas viagens por dia, uma pela manhã e outra a tarde. Quem perde a segunda viagem, precisa esperar o dia seguinte para fazer a travessia de três horas sobre o mar.

Nem todas as cargas podem fazer a travessia. A triagem dos caminhões é feita em um posto da Polícia Rodoviária Federal. As cargas são cadastradas previamente pela Defesa Civil do Acre e os caminhões que não estão na lista, não podem seguir viagem. “Nós pedimos encarecidamente que não trafeguem, porque não estamos transportando por essa área alagada carros pequenos. O nosso compromisso é assegurar que alimentos, medicamentos e combustíveis chegue a essas localidades”, explica Carlos Rebelo, assessor do governo do Acre.

Depois de atravessar a segunda balsa, a equipe do Jornal Hoje andou menos de dois quilômetros e teve que parar outra vez em um ponto onde os caminhões precisam subir em uma carreta. O trecho tem apenas dois quilômetros, mas a velocidade não pode passar de 10 quilômetros por hora, porque a pista está cheia de buracos e o nível da água chega a 1,5 metro acima da rodovia. Dependendo da carga, são usados cabos de aço amarrados a tratores.

Além de muitas horas, os prejuízos também são muitos. “Entra água em motor de partida, alternador. Tem outros colegas que já entraram água no câmbio”, conta o caminhoneiro Alcebíades José de Melo.

Ainda havia mais um desafio para a equipe: a terceira travessia de balsa sobre o Rio Madeira. Depois, foram mais 280 quilômetros pela frente, mas no asfalto seco.

A estimativa é que ainda leve mais um mês até que as águas baixem e voltem ao nível normal. Até lá, a rotina nesse pedaço do Brasil vai continuar debaixo d’água.

Com informaçõe do jornal-hoje/noticia

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